O Senai Cimatec, sediado na Bahia, vai representar o Brasil em acordo com a estatal chinesa Windey, líder em turbinas eólicas de grande porte e inovação em energia

Da Redação ME

redacao@movimentoeconomico.com.br / FONTE: ME

Com sede no polo industrial de Camaçari, na Bahia, o Senai Cimatec vai representar o Brasil na criação de um centro binacional de pesquisa e desenvolvimento (P&D) em energia eólica, hidrogênio verde e tecnologias de armazenamento, em parceria com a estatal chinesa Windey Energy Technology Group. A empresa lidera a pesquisa, o projeto, a fabricação e a manutenção de turbinas eólicas de grande porte na China.

Durante missão oficial à China ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, participou da assinatura do memorando de entendimento entre o Ministério de Minas e Energia (MME), a Windey e o Senai Cimatec. O documento, firmado neste domingo (11), marca um novo passo na cooperação bilateral em energias renováveis e tecnologias de baixo carbono, com vigência inicial de 24 meses e possibilidade de prorrogação.

Nordeste amplia protagonismo em energia limpa

A implantação do centro reforça o papel estratégico do Nordeste na matriz energética brasileira. A região concentra 93% da capacidade instalada de energia eólica do país, com destaque para Bahia, Rio Grande do Norte e Ceará, e lidera também os projetos de hidrogênio verde (H₂V) em fase de pré-implantação, com 28 memorandos assinados no Ceará e 17 no Porto de Suape (PE), segundo dados da CNI e dos governos estaduais.

Bahia, sede do Senai Cimatec, já abriga polos industriais voltados à transição energética, enquanto o Ceará sedia projetos pioneiros de exportação de H₂V e derivados via Complexo do Pecém. No Rio Grande do Norte, o projeto Alto dos Ventos, da Acciona-Nordex, prevê investimento de R$ 13 bilhões para produção de hidrogênio verde nos municípios de Macau, Pendências e Guamaré.

Já em Pernambuco, a planta da White Martins, localizada em Suape, iniciou a produção de hidrogênio verde em escala industrial, com capacidade de 156 toneladas por ano. A expectativa é que o novo centro de P&D amplie a geração de conhecimento técnico e atraia investimentos em infraestrutura, profissionalização e manufatura local.

Armazenamento e leilão de baterias no horizonte

Um dos eixos da parceria é o desenvolvimento de soluções em armazenamento de energia, tema central para garantir estabilidade ao sistema elétrico brasileiro. “Vamos publicar, em breve, uma portaria estabelecendo as normas para o primeiro leilão de bateria do Brasil. Então, toda solução para estabilização do sistema é muito bem-vinda”, afirmou o ministro Alexandre Silveira. “Temos um vasto mercado para isso e precisamos preparar tanto a nossa mão de obra quanto buscar tecnologias. Essa parceria com o Senai Cimatec vem de encontro com este grande anseio do setor elétrico brasileiro”, completou.

O acordo também prevê ações conjuntas para levar energia limpa a áreas agrícolas remotas, contribuindo para a irrigação sustentável e a redução da dependência de combustíveis fósseis no setor rural. Além disso, está prevista a instalação de fábricas de equipamentos no território nacional, com geração de empregos e fortalecimento da cadeia produtiva.

Rumo à COP30 e integração com políticas públicas

Para garantir o alinhamento com as diretrizes do governo federal, será criado um Comitê de Estratégia, com o objetivo de coordenar as ações e maximizar o impacto das iniciativas. O grupo também deverá preparar a participação brasileira na COP30, que será realizada em novembro de 2025, em Belém (PA), onde os avanços do projeto serão apresentados à comunidade internacional.

*Com informações da Agência Gov

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